Jovem Católica Apostólica Romana Renovada Eucaristica Mariana.



Aceita tudo o que te acontecer. Na dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência (Eclesiástico .2;4)







Jesus Sacramentado Nosso Deus Amado!!

Jesus Sacramentado Nosso Deus Amado!!
É tempo do Amado ser Adorado!! Nós vos adoramos Senhor e te bendizemos porque pela tua santa cruz redimiste o mundo...


quinta-feira, 29 de julho de 2010

A existência dos Anjos uma verdade de Fé


QUEM SÃO OS ANJOS?

329. Santo Agostinho diz a respeito deles: «Angelus [...] officii nomen est, non naturae. Quaeris nomen naturae, spiritus est; quaeris officium, angelus est: ex eo quod est, spiritus est: ex eo quod agit, angelus -Anjo é nome de ofício, não de natureza. Desejas saber o nome da natureza? Espírito. Desejas saber o do ofício? Anjo. Pelo que é, é espírito: pelo que faz, é anjo (anjo = mensageiro)» (168). Com todo o seu ser, os anjos são servos e mensageiros de Deus. Pelo fato de contemplarem «continuamente o rosto do meu Pai que está nos céus» (Mt 18, 10), eles são «os poderosos executores das suas ordens, sempre atentos à sua palavra» (Sl 103, 20).
330. Enquanto criaturas puramente espirituais, são dotados de inteligência e vontade: são criaturas pessoais (169) e imortais (170). Excedem em perfeição todas as criaturas visíveis. O esplendor da sua glória assim o atesta (171). CRISTO «COM TODOS OS SEUS ANJOS»
.331. Cristo é o centro do mundo dos anjos (angélico). Estes pertencem-Lhe: «Quando o Filho do Homem vier na sua glória, acompanhado por todos os [seus] anjos...» (Mt 25, 31). Pertencem-Lhe, porque criados por e para Ele: «em vista d'Ele é que foram criados todos os seres, que há nos céus e na terra, os seres visíveis e os invisíveis, os anjos que são os tronos, senhorias, principados e dominações. Tudo foi criado por seu intermédio e para Ele» (Cl 1, 16), E são d'Ele mais ainda porque Ele os fez mensageiros do seu plano salvador: «Não são eles todos espíritos ao serviço de Deus, enviados a fim de exercerem um ministério a favor daqueles que hão de herdar a salvação?» (Heb 1, 14).

332. Ei-los, desde a criação (172) e ao longo de toda a história da salvação, anunciando de longe ou de perto esta mesma salvação, e postos ao serviço do plano divino da sua realização: eles fecham o paraíso terrestre (173); protegem Lot (174), salvam Agar e seu filho (175), detêm a mão de Abraão (176) pelo seu ministério é comunicada a Lei (177), são eles que conduzem o povo de Deus (178), anunciam nascimentos (179) e vocações (180) assistem os profetas (181) - para não citar senão alguns exemplos. Finalmente, é o anjo Gabriel que anuncia o nascimento do Precursor e o do próprio Jesus (182).
333. Da Encarnação à Ascensão, a vida do Verbo Encarnado é rodeada da adoração e serviço dos anjos. Quando Deus «introduziu no mundo o seu Primogênito, disse: Adorem-n'O todos os anjos de Deus» (Heb 1, 6). O seu cântico de louvor, na altura do nascimento de Cristo, nunca deixou de se ouvir no louvor da Igreja: «Glória a Deus [...]» (Lc 2, 14). Eles protegem a infância de Jesus (183), servem-n'O no deserto (184) e confortam-n'O na agonia (185) no momento em que por eles poderia ter sido salvo das mãos dos inimigos (186) como outrora Israel (187). São ainda os anjos que «evangelizam» (188), anunciando a Boa-Nova da Encarnação (189) e da Ressurreição (190) de Cristo. E estarão presentes a quando da segunda vinda de Cristo, que anunciam (191), ao serviço do seu juízo (192).

OS ANJOS NA VIDA DA IGREJA

334. Daqui resulta que toda a vida da Igreja beneficia da ajuda misteriosa e poderosa dos anjos (193).
335. Na sua liturgia, a Igreja associa-se aos anjos para adorar a Deus três vezes santo (194); invoca a sua assistência (como na oração "In paradisum deducant te angeli - conduzam-te os anjos ao paraíso" da Liturgia dos Defuntos (195), ou ainda no «Hino querubínico» da Liturgia bizantina (196), e festeja de modo mais particular a memória de certos anjos (São Miguel, São Gabriel, São Rafael e os Anjos da Guarda).
336. Desde o seu começo (197) até à morte (198), a vida humana é acompanhada pela sua assistência (199) e intercessão (200). «Cada fiel tem a seu lado um anjo como protetor e pastor para o guiar na vida» (201). Desde este mundo, a vida cristã participa, pela fé, na sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus.
II. O mundo visível
337. Foi o próprio Deus que criou o mundo visível, com toda a sua riqueza, a sua diversidade e a sua ordem. A Sagrada Escritura apresenta a obra do Criador, simbolicamente, como uma sequência de seis dias «de trabalho» divino, que terminam no «repouso» do sétimo dia (202). O texto sagrado ensina, a respeito da criação, verdades reveladas por Deus para a nossa salvação (203), as quais permitem «conhecer a natureza última e o valor de todas as criaturas e a sua ordenação para a glória de Deus» (204).
338. Nada existe que não deva a sua existência a Deus Criador: O mundo começou quando foi tirado do nada pela Palavra de Deus: todos os seres existentes, toda a Natureza, toda a história humana radicam neste acontecimento primordial: é a própria gênese, pela qual o mundo foi constituído e o tempo começado (205).
339. Cada criatura possui a sua bondade e perfeição próprias. Acerca de cada uma das obras dos «seis dias» está escrito: «E Deus viu que era bom». «Foi em virtude da própria criação que todas as coisas foram estabelecidas segundo a sua consistência, a sua verdade, a sua excelência própria, com o seu ordenamento e leis específicas» (206). As diferentes criaturas, queridas pelo seu próprio ser, refletem, cada qual a seu modo, uma centelha da sabedoria e da bondade infinitas de Deus. É por isso que o homem deve respeitar a bondade própria de cada criatura, para evitar o uso desordenado das coisas, que despreza o Criador e traz consigo consequências nefastas para os homens e para o seu meio ambiente.
340. A interdependência das criaturas é querida por Deus. O sol e a lua, o cedro e a florzinha, a águia e o pardal: o espetáculo das suas incontáveis diversidades e desigualdades significa que nenhuma criatura se basta a si mesma. Elas só existem na dependência umas das outras, para se completarem mutuamente, no serviço umas das outras.
341. A beleza do Universo: A ordem e a harmonia do mundo criado resultam da diversidade dos seres e das relações existentes entre si. O homem descobre-as progressivamente como leis da natureza. Elas suscitam a admiração dos sábios. A beleza da criação reflete a beleza infinita do Criador, a qual deve inspirar o respeito e a submissão da inteligência e da vontade humanas.
342. A hierarquia das criaturas é expressa pela ordem dos «seis dias», indo do menos perfeito para o mais perfeito. Deus ama todas as suas criaturas (207) e cuida de cada uma, até dos passarinhos. No entanto, Jesus diz: «[Vós] valeis mais do que muitos passarinhos» (Lc 12, 7), e ainda: «Um homem vale muito mais que uma ovelha» (Mt 12, 12).343. O homem é o ponto culminante da obra da criação. A narrativa inspirada exprime essa realidade, fazendo nítida distinção entre a criação do homem e a das outras criaturas (208)..
344. Existe uma solidariedade entre todas as criaturas pelo facto de todas terem o mesmo Criador e todas serem ordenadas para a sua glória:
«Louvado sejas meu Senhor, com todas as tuas criaturas,especialmente o meu senhor irmão Sol,o qual faz o dia e por ele nos alumiaE ele é belo e radiante com grande esplendor:de Ti. Altíssimo, nos dá ele a imagem [...]

Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água, que é tão útil e humilde, e preciosa e casta [...]
Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa,e produz variados frutos,com flores coloridas, e verduras [...]
Louvai e bendizei a meu Senhor,e dai-lhe graças e servi-o com grande humildade» (219).
345. O «Sábado» - fim da obra dos «seis dias». O texto sagrado diz que «Deus concluiu, no sétimo dia, a obra que fizera» e que assim «se completaram o céu e a terra»; e no sétimo dia Deus «descansou» e santificou e abençoou este dia (Gn 2, 1-3). Estas palavras inspiradas são ricas de salutares ensinamentos:
346. Na criação, Deus estabeleceu uma base e leis que permanecem estáveis (210) sobre as quais o crente pode apoiar-se com confiança, e que serão para ele sinal e garantia da fidelidade inquebrantável da Aliança divina (211). Por seu lado, o homem deve manter-se fiel a esta base e respeitar as leis que o Criador nela inscreveu.
347. A criação foi feita em vista do Sábado e, portanto, do culto e da adoração de Deus. O culto está inscrito na ordem da criação (212) - «Operi Dei nihil preponatur - Nada se anteponha à obra de Deus (ao culto divino)» - diz a Regra de São Bento (213) indicando assim a justa ordem das preocupações humanas.348. O Sábado está no coração da Lei de Israel. Guardar os Mandamentos é corresponder à sabedoria e à vontade de Deus, expressas na sua obra da criação.
349. O oitavo dia. Mas para nós, um dia novo surgiu: o dia da Ressurreição de Cristo. O sétimo dia acaba a primeira criação. O oitavo dia começa a nova criação. A obra da criação culmina, assim, na obra maior da Redenção. A primeira criação encontrou o seu sentido e cume ria nova criação em Cristo, cujo esplendor ultrapassa o da primeira (214).Resumindo:
350. Os anjos são criaturas espirituais que glorificam a Deus sem cessar e servem os seus planos salvíficos em relação às outras criaturas: «Ad omnia bona nostra cooperantur angeli - Os anjos prestam a sua cooperação a tudo quanto diz respeito ao nosso bem» (215).
351. Os anjos assistem a Cristo, seu Senhor. Servem-n'O de modo particular no cumprimento da sua missão salvífica em relação aos homens.
352. A Igreja venera os anjos, que a ajudam na sua peregrinação terrestre e protegem todo o género humano.353. Deus quis a diversidade das suas criaturas e a sua bondade própria, a sua interdependência e a sua ordem. Destinou todas as criaturas materiais para o bem do género humano. O homem, e através dele toda a criação, tem como destino a glória de Deus.
354. Respeitar as leis inscritas na criação e as relações derivantes da natureza das coisas, é princípio de sabedoria e fundamento da moral.

(Catecismo da Igreja Católica, parágrafos 328 a 354)

Os anjos na doutrina da Igreja

Após uma época de ceticismo e materialismo triunfante, durante a maior parte dos séculos XIX e XX, o Ocidente voltou a demonstrar uma definida apetência pelo mundo dos espíritos. Se até duas ou três décadas atrás, falar de anjos era considerado por muita gente como sinal de imaturidade ou de falta de cultura, hoje em dia tornou-se moda. Abundam os filmes e livros retratando seres extraordinários, poderosos, dotados de qualidades sobrenaturais, seres super-humanos ante os quais o comum dos mortais é impotente. Não será isso um sintoma de interesse pelo mundo angélico? Ao lado da fantasia e do mito, obras esotéricas de grande divulgação apresentam uma visão distorcida desses seres espirituais, e a ignorância religiosa só fez aumentar os equívocos nesta matéria. Se quisermos saber a realidade sobre os anjos, onde achar a verdade no meio de tanta desinformação?

As Sagradas Escrituras

Muito antes das definições teológicas dos últimos séculos, o ensinamento sobre os anjos encontra-se fundamentado na autoridade das Sagradas Escrituras e dos Padres da Igreja. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, numerosas passagens nos mostram os anjos em ação, na tarefa de proteger e guiar os homens, e servindo de mensageiros de Deus. O versículo 11 do Salmo 90 menciona claramente os Anjos da Guarda: "Deus confiou a seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos". Se nalgumas ocasiões os anjos da mais alta hierarquia celeste são os encarregados de missões na terra - casos de São Gabriel e São Rafael - em muitas outras trata-se por certo de uma atuação do anjo guardião da pessoa concernida, mesmo se a Bíblia não o mencione especificamente. Tem-se essa impressão na leitura do profeta Daniel, salvo de ser devorado no cárcere por feras famintas, pois ele declara ao rei Dario: "Meu Deus enviou o seu anjo, que fechou a boca dos leões, os quais não me fizeram malalgum" (Dn 6, 22). Do mesmo modo, nos Atos dos Apóstolos, quando vemos São Pedro ser libertado da prisão por um anjo (cf. At 12, 1-11).Nosso Senhor faz uma referência muito clara aos Anjos da Guarda, quando diz: "Vede, não desprezeis um só desses pequeninos; pois vos declaro que os seus anjos nos Céus vêem incessantemente a face de meu Pai, que está nos Céus" (Mt 18,10).São Paulo, na Epístola aos Hebreus, ensina que todos os anjos são espíritos a serviço de Deus, o qual lhes confia missões em favor dos herdeiros da salvação eterna (cf. Hb 1,14).
Os Padres da Igreja
Na esteira das Sagradas Escrituras, a maioria dos Padres da Igreja trata dos anjos enquanto nossos guardiães.São Basílio Magno, na obra Adversus Eunomium, declara: "Cada fiel tem a seu lado um anjo como protetor e pastor, para o conduzir à vida".No século II, Hermas, na obra "O Pastor", diz que todo homem possui seu Anjo da Guarda, o qual o inspira e o aconselha a praticar a justiça e a fugir do mal. No século III, a crença nos Anjos da Guarda de tal maneira estava arraigada no espírito cristão, que Orígenes lhe dedica várias passagens. E sobre a mesma matéria encontramos belos textos de São Basílio, Santo Hilário de Poitiers, São Gregório Nazianzeno, São Gregório de Nissa, São Cirilo de Alexandria, São Jerônimo, os quais nos ensinam: o Anjo da Guarda preside às orações dos fiéis, oferecendo-as a Deus por meio de Cristo; como nosso guia, ele solicita a Deus que nos guarde dos perigos e nos conduza à bem-aventurança; ele é como um escudo que nos envolve e protege; ele é um preceptor que nos ensina a cultuar e a adorar; nossa dignidade é maior por termos, desde o nascimento, um anjo protetor.
Desdobramentos posteriores
No século XII, Honório de Autun promoveu a doutrina de que cada alma, no momento em que é unida ao corpo, é confiada a um anjo cuja missão é induzi-la ao bem e dar conta de suas ações a Deus. Santo Alberto Magno e São Tomás de Aquino, no século XIII, ensinaram, com São Pedro Damião, que o Anjo da Guarda não abandona nem sequer a alma pecadora, mas procura levá-la ao arrependimento e reconciliação com Deus.Em 1608, o Papa Paulo V instituiu a festa dos Santos Anjos da Guarda.Posteriormente, em 1670, coube ao Papa Clemente X fixar sua comemoração de modo definitivo no dia 2 de outubro, tornando-a obrigatória para toda a Igreja.O Catecismo da Igreja Católica trata da missão do Anjo da Guarda em relação a nós, dizendo: "Desde o início até a morte, a vida humana é cercada por sua proteção e por sua intercessão" (nº 336). E o Papa João Paulo II, na Audiência Geral de 6 de agosto de 1986, acentua que "a Igreja confessa sua fé nos Anjos Custódios, venerando-os na Liturgia com uma festa especial, e recomendando o recurso à sua proteção com uma oração freqüente, como na invocação ao ‘Santo Anjo do Senhor'."


(Revista Arautos do Evangelho, Out/2006, n.58, p. 36 e 37
Site: Arautos

Os anjos como são?

















Os anjos influenciam a nossa vida muito mais do que se pensa, e são nossos intercessores junto a Deus. Conhecendo-os melhor, mais freqüentemente invocaremos seu poderoso auxílio.

Diác. Joshua Sequeira, E.P.

Ao falar sobre os anjos, com muita facilidade vem-nos à mente a clássica representação de um misterioso jovem de bela aparência, trajando uma longa e alva túnica. Não podemos considerá-la uma imagem errada, visto que nas próprias Escrituras eles são assim figurados, como por exemplo, no episódio de Tobias.

Já em nossa época, as aparições de Fátima foram precedidas de algumas intervenções angélicas. O Anjo da Paz apareceu três vezes aos pastorinhos e foi assim descrito mais tarde pela Irmã Lúcia, uma das videntes: "Começamos a ver (...) uma luz mais branca que a neve, com a forma de um jovem transparente, mais brilhante que um cristal atravessado pelos raios do sol. À medida que se aproximava, íamos-lhe distinguindo as feições: um jovem dos seus 14 a 15 anos, de uma grande beleza. Estávamos surpreendidos e meio absortos." A descrição da Irmã Lúcia pouco revela a respeito dos seres angélicos, apenas aumenta o mistério que os cerca.

Mesmo na Sagrada Escritura, não há elementos precisos sobre sua natureza e atributos; o que se conhece é deduzido de sua atuação, nas missões a eles confiadas por Deus junto aos homens.

Quem são, afinal, os anjos? Que predicados possuem? A resposta, nós a encontramos nos escritos de um dos autores que mais a fundo tratou do assunto: São Tomás de Aquino, o Doutor Angélico. Com base em sua doutrina, vejamos algumas das interessantes questões relativas aos anjos.

Os anjos são mais numerosos que os homens?

Ao criar, Deus teve em vista "a perfeição do Universo como finalidade principal" (1), pois tinha intenção de espelhar o supremo Bem, ou seja, Ele mesmo. Por isso, fez em maior número os seres mais elevados. E os espíritos celestes, os quais superam em dom e qualidade qualquer ser corporal, foram criados em tal quantidade que, perto deles, todas as estrelas do firmamento não passam de um punhadinho de pedras preciosas.

Todos os homens - desde Adão até o último a nascer no fim do mundo - são poucos em relação às miríades de puros espíritos que espelham tão perfeitamente o Criador dos homens e dos anjos. É com grande veracidade que Dionísio confessou humildemente: "Os exércitos bem-aventurados dos espíritos celestes são numerosos, superando a medida pequena e restrita de nossos números materiais" (2).

Os anjos são todos iguais?

Segundo o Doutor Angélico, as criaturas devem representar a bondade de Deus. Mas nenhuma criatura - nem sequer Maria Santíssima! - é capaz de representar suficientemente toda a bondade divina. Por isso, Ele criou múltiplos e distintos seres. Assim, cada indivíduo representa um aspecto diferente do Bem Supremo, e um suprirá aquilo que no outro não se encontra..

Os seres criados - se postos em escala, de inferior a superior - formam uma imensa cadeia, onde o conjunto de diversos graus, cada qual mais requintado, dá uma noção mais completa e arquitetônica da Suma Perfeição do que qualquer um deles individualmente (3).

Ademais, na medida em que as criaturas se aproximam do Bem Supremo, as diferenças entre elas se multiplicam, para melhor espelhar a riqueza infinita dos dons de Deus. Deste modo, a extrema variedade do mundo angélico supera tanto a do mundo físico que este, comparativamente, parece empalidecido, pobre e até monótono! Entre os anjos, não há indivíduos semelhantes, agrupados em famílias ou raças, como ocorre no gênero humano.

Cada um difere do outro, como se fossem espécies diversas (4).

São Tomás de Aquino, baseando-se nas Escrituras, divide-os em três hierarquias e nove coros: "Isaías fala dos Serafins; Ezequiel, dos Querubins; Paulo, dos Tronos, das Dominações, das Virtudes, das Potestades, dos Principados; Judas fala dos Arcanjos, enquanto o nome dos Anjos está em muitos lugares da Escritura" (5).

Enquanto São Dionísio explica a divisão da hierarquia angélica em função de suas perfeições espirituais, São Gregório o faz de acordo com seus ministérios exteriores: "Os Anjos são aqueles que anunciam as coisas menos importantes; os Arcanjos, os que anunciam as mais importantes; as Virtudes, por elas se realizam os milagres; as Potestades, pelas quais se reprimem os maus poderes; os Principados, que presidem os próprios espíritos bons" (6).

De que modo os anjos podem influenciar os homens?

Os anjos podem influenciar profundamente os homens, embora o façam sempre discretamente, pois a humildade também é uma virtude angélica.

Quantas vezes, uma boa inspiração tem origem num anjo! Ou quando o pressentimento de algum perigo grave leva a pessoa a tomar medidas e escapar de um acidente ou livrar-se de um grande dano, certamente foi algum solícito anjo que zelou pelo bem de seu protegido.

Mas os anjos exercem um importante papel, sobretudo no que diz respeito à fé, como nos ensina o Doutor Angélico: "Dionísio prova que as revelações das coisas divinas chegam aos homens mediante os anjos. Essas revelações são iluminações. Portanto, os homens são iluminados pelos anjos" (7).

"Pela ordem da Divina Providência - continua São Tomás - os inferiores se submetem às ações dos superiores. Assim como os anjos inferiores são iluminados pelos superiores, assim os homens, inferiores aos anjos, são por eles iluminados.
(...) Por outro lado, o intelecto humano, enquanto inferior, é fortalecido pela ação do intelecto angélico" (8).

É verdade que tenho um anjo da guarda para me proteger?

Ao tratar deste ponto, o Doutor Angélico cita o comentário de São Jerônimo às palavras do Divino Mestre: "seus anjos [dos pequeninos] no Céu contemplam sempre a face de meu Pai" (Mt 18, 10). "Grande é a dignidade das almas - afirma São Jerônimo -, pois, ao nascer, cada uma tem um anjo delegado à sua guarda" (9). Assim, cada homem recebe um príncipe da corte celeste que nunca o abandona, por mais culposas ou pavorosas que sejam as situações pelas quais passe. Tal como se reza na conhecida oração ao anjo da guarda (Santo Anjo do Senhor) ele rege, guarda, governa e ilumina o seu protegido.

O anjo ilumina o homem para incliná-lo ao bem ou comunicar-lhe a vontade divina (10) e o protege contra os assaltos do demônio. Sobretudo, o anjo continua sempre na presença de Deus, mesmo estando ao lado de seu protegido, intercedendo continuamente por ele.

1) Suma Teológica I, q.50, a.3 resp.
2) De Caelesti Hierarchia, cap.14, in MIGNE, PG, 3, 321 A.
3) cf. I, q. 47, a. 1e 2.
4) cf. I, q. 50, a. 4.
5) I, q.,108, a.,5 s.c.
6) cf. I, q 108, a.,5 resp.
7) I, q. 111 a. 1 s.c.
8) I, q. 111, a.1 resp.
9) MIGNE, PL, 26, 130 B.
10) cf. I, q. 111, a. 1.

Fonte:http://www.arautos.org

(Revista Arautos do Evangelho, Set/2007, n. 69, p. 22 e 23)